Sunday, March 1, 2015

Visão - 9 de Novembro de 2026

O segundo despertador toca e soube, mais uma vez, que me tinha de levantar. Conseguia ouvir a chuva a bater na ombreira da janela o que me provocava um apetite tremendo de ficar ali por debaixo dos cobertores. 
Com muito esforço arrastei-me para o quarto de banho, tomei banho, sequei o cabelo, escovei os dentes e voltei ao quarto onde me aprontei para mais um dia de trabalho. 
Reinava um silencio à minha volta e decidi, enquanto tomava o pequeno almoço, ligar a TV para me ligar à pen onde guardo alguma músicas. Optei pela pasta das músicas antigas, musicas que costumava ouvir por volta dos ano 2006, 2011. 
Deixei-me cair na cadeira, e enquanto saboreava o pequeno almoço ia revivendo, em pensamentos, momentos daquele tempo - nada melhor que uma música para relembrar velhos tempos. Suspirei, talvez de saudades, não sei bem. Arrumei a chávena para a máquina de lavar, onde já lá havia loiça suja. Peguei na chave da carrinha e saí para o trabalho. 
Hoje, mais que nos outros dias, apanhei um bocado de transito, talvez por causa da chuva, não sei. 
Assim que cheguei ao escritório comecei a ouvir o telefone tocar, mas não me importei, a Adriana atendeu a chamada. 
Dirigi-me ao meu escritório e olhei para a agenda, havia uma reunião marcada na quarta-feira, o que queria dizer que teria bastante tempo para adiantar o trabalho, visto o momento do ano em que estámos. 
Apercebi-me que o Simão chegou, chegava sempre depois da hora, mas isso não me chateava muito porque era competente e sempre que era necessário ficar até mais tarde ele ficava sem protestar. 
Ligaram vários clientes a saber o ponto de situação da empresa, houve uma senhora que ligou porque teve um acidente de viação. Fora isso, mais ninguém me ligou, foi uma manhã bastante sossegada para o normal. 
Almocei no shopping, ao contrario dos outros dias que normalmente almoço em casa. 
De tarde fui ao centro de estudos porque tinha explicações marcadas quase para a tarde inteira. 
No final das explicações voltei ao escritório para acabar uns trabalhos. 

Cheguei a casa já próximo das 20h. Sentia-me cansada, aborrecida, um bocado desmotivada, não sei bem porquê. Acendi a luz da cozinha. Ouvia o som da TV que vinha do quarto e então nesse momento o Afonso entra a correr na cozinha a abraçar-se a mim. Apesar de ainda me sentir cansada, aquele momento, o aborrecimento e a desmotivação desaparecera. 
"Que abraçinho bom!!" 
Ele espreita-nos da porta do corredor com um sorriso e aproxima-se
de nós também para partilhar um abraço. 
"Não me apercebi de saíres de manhã!"
"Nem com o Afonso a arrumar a loiça para a máquina? Ia partindo a loiça toda!"
Sorri-lhe, o meu coração estava preenchido, aquele era o momento perfeito de uma vida perfeita!



FIM

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